Aroma versus buquê
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- Categoria: degustando
Aroma e buquê (ou bouquet, se preferir) são termos que expressam o cheiro agradável liberado pelo vinho. Mas, tecnicamente, são diferentes um do outro.
Na realidade, não é uma diferença que justifique repreensões a quem usa os termos como sinônimos, mas degustadores profissionais, em geral não o fazem.
Afinal, o que é aroma, e o que é buquê?
Aroma é o conjunto de odorantes dos vinhos jovens, enquanto buquê é o cheiro adquirido pelo envelhecimento.
O aroma primário (ou varietal) é o original de cada cepa. Por exemplo, enquanto a Moscatel tem realmente aroma de uva, a Sauvignon Blanc tem um aroma frutado característico, cítrico, que remete a limão, e a Carmenère lembra frutas vermelhas e ameixas.
O aroma secundário (ou fermentativo, ou vínico) é o que se desenvolve durante as fermentações. Alguns exemplos são os aromas de manteiga, nozes e caramelo, consequência de processos de fermentação malolática. Para ler mais sobre isso, clique aqui.
O cheiro do vinho jovem é, portanto, uma mistura dos aromas das cepas e dos aromas dos fermentos. Mas o caráter aromático do vinho vai, aos poucos, se atenuando, dando lugar ao buquê.
O buquê (ou aroma terciário) é o perfume que desenvolve-se pós-fermentação, tanto em períodos de amadurecimento em madeira, quanto durante o envelhecimento em garrafa. A busca pelo caráter amadeirado é uma resposta à crescente demanda por vinhos com esse buquê. E é na garrafa que o cheiro realmente se intensifica e diversifica, adquirindo compostos novos e transformando-se. Um vinho envelhecido pode trazer, por exemplo, notas de cogumelo em seu buquê.
Vivendo e aprendendo. Ou melhor: vivendo, degustando, e aprendendo...
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